Home   Amor exigente   Citações   Poesias   Textos   FotoArte

 

A Doce Baforada

 

Autor: William Dufty; Extraído Do Livro "Sugar Blues" - Copyright De 1975, De William Dufty, Quinta Edição De 1993. Editôra Ground Ltda. - Rua Pamplona, 935 - Conjunto 12 - Jardim Paulista - CEP 01405-030 - São Paulo - SP.

 

Resumo:

- Aborda o tabagismo de um ponto de vista inusitado; levanta a hipótese que o verdadeiro causador do câncer creditado ao ato de fumar tabaco é resultado da queima do açúcar contido nos cigarros.

- Relata o desafio de encontrar alimento não contaminado pelo açúcar no dia-a-dia de um abstêmio.

- Como o açúcar causa cáries dentárias.

- E de uma outra ótica, não usual também, questiona e culpa o consumo de açúcar ao alto índice de acidentes de trânsito.

- Ensina a fazer um bolinho de arroz sui generis.

 

 

Texto longo: 6200 palavras.

 

 

A indústria de alimentos é a maior consumidora de açúcar. Isso faz sentido. Pense bem: qual é a segunda? A indústria de tabaco. Você acredita? Cifras exatas são segredos comerciais. 0 Surgeon General é obrigado a informar, em cada maço e em cada anúncio publicado nos EUA, que o cigarro é nocivo à saúde. Os fabricantes de cigarro não são, no entanto, obrigados a dar nenhuma outra informação.

Os fabricantes de bala são obrigados a informar que o açúcar é o ingrediente principal de seus produtos. Enlatadores de ostras também têm que enumerar seus ingredientes. 0 fabricante de sorvetes tem que informar tudo o que entra na casquinha, mas ele não tem, nem ao menos, a permissão de dizer o que tem no sorvete. 0 mesmo acontece com o tabaco. Sobre o alcatrão e a nicotina eles falam; sobre os filtros, também; mas, e sobre alguma outra coisa no tabaco? Nada. Uma autoridade americana em tabaco informou ao Medical World News, em março de 1973, que uma média de 5% de açúcar é adicionado aos cigarros, cerca de 20% ao charuto, e uns 40% no tabaco para cachimbo, a maior parte sob a forma de melado.

A loucura de se colocar açúcar em tudo atingiu tal índice nos EUA que, durante um período de quatro anos, na década de 60, a quantidade de açúcar utilizada nos alimentos apresentou o alarmante aumento de 50%. Será que esse tipo de aumento ocorreu também com o uso de açúcar refinado por parte da indústria de tabaco? Segundo um documentário levado ao ar pela British Broadcasting Corporation, no outono de 1972, tal prática vem sendo realizada há bastante tempo. Como este programa não será transmitido para nós, é bom que você fique sabendo que ele contribuiu para se formular a acusação do açúcar adicionado ao tabaco, como uma possível fonte de câncer pulmonar, baseando-se em estudos experimentais e químicos. Interessantes estatísticas comparam a incidência de câncer pulmonar, em países onde se fuma cigarros curtidos com açúcar, com países onde os cigarros são feitos com tabaco não adulterado - ou seja, tabaco que não é curtido com açúcar.

O tabaco, como se sabe, é quase tão novo quanto o açúcar para a civilização ocidental. Os índios americanos fumaram, por séculos, seus cachimbos da paz, mas o tabaco seria desconhecido do homem branco até que Colombo surpreendesse os nativos de Cuba mascando-o e fumando-o, no ano de 1492. Encontrou-se o tabaco ligado às mais solenes cerimônias religiosas tribais. Alguns dizem que tabaco era a palavra com que os índios mexicanos chamavam a erva; outros afirmam que era o nome do instrumento de maneira, em forma de y, que os nativos colocavam nas narinas.

A planta do tabaco foi levada pela primeira vez para a Europa em 1558, por um médico despachado por Felipe II da Espanha para investigar a flora e a fauna do México. 0 Embaixador francês em Portugal levou sementes de tabaco à sua rainha, Catarina de Medici. Seu nome, Jean Nicot, tornar-se-ia a base para o nome latinizado da planta, Nicotinia. Como ocorrera com o açúcar, pensou-se que a nicotina possuísse poderes curativos. Ela tornou-se a droga milagrosa de seu tempo e seus incentivadores chamavam-na herba panacea, herba sancta, divino tabaco, erva saudável e sagrada, a santa erva para todos os propósitos. Durante o século dezessete o vício do tabaco espalhou-se como fogo por todas as nações européias, apesar de toda a oposição da Igreja e do Estado que invocavam, como últimas penalidades, a excomunhão e a morte. Quando a pena de morte não funcionou, a maioria dos governos estabeleceu taxas.

Posteriormente o tabaco viria a ser cultivado em todo o mundo, mas os primeiros cultivadores e produtores foram americanos. No princípio o tabaco era curtido da forma com que os índios o faziam, desde tempos imemoriais: folhas murchas de tabaco eram colocadas ao sol em prateleiras. Posteriormente, construíram-se celeiros e galpões para protegê-las da chuva.

A curtição a ar - o tabaco é colocado num celeiro onde o ar circula livremente, durante a estação seca - era similar a secar-se o tabaco ao sol. Durante a estação fria, usava-se calor artificial. A maioria do tabaco utilizado atualmente na fabricação de charutos é curtido a ar. Tal processo demora três meses, após o que restam apenas traços do açúcar natural contido no tabaco.

Quando o tabaco é curtido num fumeiro (também conhecido como curtição Virginia), coloca-se fogo no exterior do celeiro e o calor é conduzido através de tubos de ferro, ou fumeiros, até o interior da construção, onde o tabaco encontra-se suspenso, ainda fresco. Como a temperatura atinge a marca de 85°C, tal processo apressa a curtição. Tempo é dinheiro no negócio do tabaco - como em todos os negócios -, de forma que este processo economiza dinheiro. No entanto, o calor excessivo torna inativas as enzimas que provocariam a fermentação do açúcar natural do tabaco. Dessa forma, o tabaco tratado por esse processo pode conter até 20% de açúcar.

Para complicar ainda mais as coisas, o açúcar (sacarose) é adicionado ao tabaco curtido a ar, durante o processo de mistura. Desde quando isso tem sido feito? Praticamente desde sempre. Na virada do século, os ingleses afirmavam que apenas água era usada para umedecer as folhas de tabaco, no Reino Unido, enquanto nos EUA utilizava-se certos molhos que consistem na mistura de substâncias aromáticas, açúcar, alcaçuz, sal comum, salitre etc., dissolvidos em água. 0 uso de tal molho é justificado para melhorar o sabor e as qualidades combustivas das folhas."

Qualquer pessoa que tenha fumado um cigarro francês e deixado de lado, após umas tragadas, terá notado que ele se apaga no cinzeiro. Deixe um cigarro americano de lado e ele se fuma sozinho. Na França é possível comprar cigarros em papel amarelo, não branqueado. A primeira vez que ofereci um cigarro americano a um francês, ele aceitou-o com prazer. Em seguida, ele, literalmente, cortou o cigarro com uma faça e reenrolou-o num papel amarelo. Fiquei chocado quando ele acendeu um fósforo em baixo do papel branco e este queimou-se sob meu nariz.

Devo confessar que a idéia de que o tabaco vem sendo tratado com açúcar durante todo esse tempo soou como uma surpresa para meus ouvidos. Na década de 70, na Inglaterra, a controvérsia sobre o uso de açúcar nos cigarros freqüentemente é notícia de primeira página nos jornais. Quando, no outono de 1972, o governo britânico anunciou que faria publicar uma lista.com os teores de nicotina e alcatrão nos cigarros ingleses - como havia sido feito nos EUA - o London Sunday Times atacou a medida em sua primeira página. Eles afirmaram que tal lista poderia levar a enganos e apresentaram estudos que demonstravam que os cigarros ingleses - feitos com tabaco secos ao calor (que tem um alto teor de açúcar) - podem aumentar os riscos de sérias doenças pulmonares, ainda que as taxas de alcatrão e nicotina sejam relativamente baixas.

O finado Dr. Richard D. Passey, do Instituto de Pesquisas Chester Beatty, de Londres, passou vinte anos investigando o hábito de fumar e o câncer. Intrigado com a baixa incidência de câncer em pessoas que fumavam charutos, ele estudou as diferenças entre os dois tipos de tabaco e a fumaça que produziam. Constatou que a maioria do tabaco inglês, utilizado para cigarros, é tratado no fumeiro, enquanto que o tabaco para charuto é curtido a ar. Em muitos países os cigarros apresentam uma mistura de dois tipos de tabaco, como ocorre nos EUA, ou são feitos inteiramente de tabaco curtido a ar, como em grande parte da Europa Oriental e Ásia.

A fumaça produzida pela queima dos dois tipos de tabaco são bastante diferentes, segundo o Dr. Passey. O tabaco contendo um alto teor de açúcar produz uma fumaça fortemente ácida. O tabaco com baixo teor de açúcar produz uma fumaça pouco ácida ou alcalina.

Esta tese é defendida pelo Dr. G. B. Gori, diretor associado do Instituto Nacional do Câncer dos EUA e diretor do Grupo de Trabalho em Tabaco do mesmo instituto, que gasta 6 milhões de dólares, anualmente, pesquisando um cigarro "mais seguro". "A tendência é inalar-se mais, quando a fumaça é ácida, e é por este motivo que acredito que o tabaco curtido em fumeiro pode ser, a longo prazo, mais perigoso do que o tipo seco a ar", disse o Dr. Gori.

0 Dr. Passey, o expert britânico em tabaco, comparou os cigarros europeus e as taxas de incidência de câncer em todos os países.

- A Inglaterra e o País de Gales têm a maior taxa de incidência de câncer pulmonar masculino. Os cigarros ingleses têm o maior conteúdo de açúcar no mundo, 17%.

- Os Franceses fumam, aproximadamente; mais dois terços per capita do que os ingleses. A incidência de câncer pulmonar é um terço da inglesa e os cigarros franceses são feitos com tabaco seco a ar, com apenas 2% de açúcar.

- Os homens americanos fumam mais cigarros, per capita, do que os ingleses, mas a incidência de câncer no pulmão é apenas a metade da que temos na Inglaterra. Os cigarros americanos são feitos de uma mistura de ambos os tipos de tabaco - com uma média de açúcar na ordem de 10%.

- Na Rússia, China, Formosa e outros países onde o cigarro é feito de tabaco seco a ar - semelhantes ao tipo utilizado pelos índios americanos, antes da invenção do tal molho de açúcar - eles foram incapazes de encontrar qualquer relação entre cigarro e câncer pulmonar.(1)

Embora o governo de Mao encoraje, constantemente, a população chinesa e manter-se em perfeita forma, a China é um dos poucos países no mundo onde não existe uma campanha oficial antifumo. Os cigarros chineses são considerados .como tendo teores extremamente baixos de alcatrão e nicotina, assim como de açúcar.(2)

Na Índia, onde as doenças coronárias são comuns entre os ricos, embora sejam raras entre as massas, R. P. Malhotra e N. S. Pathania demonstraram, num artigo publicado, em 1958, numa revista médica inglesa, que a .doença coronária era igualmente comum entre os sikhis, que não fumam, e os hindus, que o fazem.

A publicação médica britânica The Lancet opõe-se seriamente à teoria e aos dados apresentados pelo Dr. Passey. O Instituto Nacional do Câncer, dirigido pelo Dr. Gori, insistiu: "Eu não acho que se deva apontar exclusivamente para o açúcar." Sobre um ponto todos os especialistas concordam: o problema merece ser explorado.

O Instituto do Câncer dos EUA está estudando; não apenas o efeito dos diferentes fertilizantes utilizados no cultivo do tabaco, mas também diversos produtos químicos utilizados no processo de fabrico do cigarro; também eles estão considerando a questão do açúcar.

"Estamos agora planejando estudar esse assunto em detalhes", me escreveu, em 1973, o Dr. Gori, "e determinar os padrões de inalação de fumantes que se utilizam de cigarros feitos predominantemente com tabaco curtido a ar (pouco açúcar, pH alto) ou curtido em fumeiro (muito açúcar, pH baixo). Caso se descubra as relações existentes, será possível conectar o teor de açúcar no tabaco com as dinâmicas do fumante e, portanto, elevar ou diminuir os riscos."

Meus amigos do Extremo Oriente, como Sakurasawa Ohsawa e Herman Aihara, consideram surpreendente a doutrina oficial americana de que o hábito de fumar provoca câncer. Eles têm certeza que, numa outra década, o Instituto Nacional do Câncer será obrigado a admitir que o tremendo excesso de açúcar e de produtos químicos em nossos alimentos, assim como o excesso de proteína animal quimificada ingerida, estão envolvidos na causa do câncer do pulmão.

Eles dizem que a causa do câncer é excesso de yin - açúcar e produtos químicos artificiais.

- O cigarro é muito yang, e, como tal, é preferível a comer-se muita fruta, sucos, refrigerantes e outras misturas carbonadas, cafeinadas e açucaradas.

- É mais importante conter as drogas e o açúcar e diminuir o consumo de frutas do que parar completamente de fumar.

- O tabaco é usado pelos índios americanos em seu estado natural para curar muitas doenças.

- Os cigarros comerciais contém açúcares e produtos químicos que não são naturais, portanto, evite-os e enrole seu próprio cigarro, a partir de tabaco cultivado naturalmente - se você puder encontrá-lo - e use papel que não seja tratado quimicamente.

- As pessoas com pulmões, rins ou fígado fracos são constitucionalmente fracas e não devem fumar muito.

- Fumar não é uma necessidade, como o comer. É um prazer.

- O problema com os prazeres é encontrar-se um equilíbrio saudável entre o prazer e seus efeitos.

Muitos anos atrás, quando o controle de peso passou a ser uma preocupação americana, especialmente entre as mulheres, uma propaganda de cigarros dizia: pegue um Lucky em vez de um doce.

Talvez este slogan fosse mais sábio do que nós possamos imaginar.

Apesar de todas as injunções do Surgeon General e da indústria da doença, o consumo de cigarros nos EUA decresceu muito pouco. O indivíduo isoladamente pode fazer muito pouco para melhorar a qualidade do ar que respira, mas ele tem certo controle sobre o que põe em seu estômago e sobre o tipo de fumaça de tabaco que admite em seu corpo. Os cigarros açucarados são desnecessários. Se os fumantes começarem a pedir cigarros não açucarados, os fornecedores atenderão a demanda.

Nos anos 70, desencorajar o hábito de fumar cigarros tornou-se uma política oficial americana. Os trens e os ônibus sempre tiveram compartimentos para os não fumantes. Agora, a mesma opção existe nos aviões. Em bares e restaurantes os não fumantes se arriscam. Em grandes lojas, escritórios, teatros, hospitais e alguns edifícios públicos as normas que proíbem o fumo são, no entanto, colocadas a mostra e cumpridas. A legislação preventiva de incêndios aplica severas sanções em muitos lugares. Por todo lado o tabaco é severamente taxado. Em alguns países, na Suécia, por exemplo, uma taxa extremamente alta é cobrada sobre o cigarro, não tanto para elevar a arrecadação, quanto para elevar uma política social consciente no sentido de desencorajar tal vicio.

Os não fumantes têm a seu favor alguns elementos da lei e dos costumes. Se eles sentem o cheiro de fumaça, podem gritar, advogar, recorrer, ameaçar e mover uma ação. Os violadores são facilmente detectáveis, enquanto as pessoas preservarem algum vestígio do olfato. Riscos e desentendimentos estão sempre em torno dos não fumantes, mas sua situação é uma brisa fresca e límpida, comparada com as multidões de diabéticos, hipoglicêmicos ou de almas sensatas que tentam manter seu corpo livre do açúcar.

Aquele que, conscientemente, se volta contra o açúcar encontra-se sozinho, como um bêbado navegando durante o dia num mar cheio de minas. A zona crepuscular advém cada vez que se abre a boca. Pulando da cama pela manhã você pega a pasta de dente. Como é que você sabe que ela não contém açúcar? Os comerciais altamente potentes dizem a você como é maravilhoso o sabor da pasta de dente e o que ela faz pelo seu hálito, assim como os detalhes ininteligíveis acerca dos produtos químicos que combatem as cáries. Mas o que o tubo informa sobre seu conteúdo? Mesmo se você examinar o que está escrito nas letras pequenas, vai ficar na mesma. Para obter uma resposta, pode crer que deverá mandar a pasta ser analisada num laboratório independente. Os únicos meios seguros são esquecer todos os dentifrícios e usar uma marca de dentifrício em pó que não seja anunciada e que não tenha gosto adocicado, ou trazer da Europa uma pasta dental não adulterada, ou fazer a sua própria, a base de sal marinho e beringela torrada.

Em março de 1974, o tenente Hiro Onoda emergiu das selvas das Filipinas após ter vivido uma existência precária e marginal por quase trinta anos. Onoda esteve esperando todo esse tempo por uma ordem de seu superior direto para que se rendesse ao inimigo. Foi levado para casa e, em Tóquio, foi recebido como um herói. Após ser examinado pelos médicos, foi anunciado: nenhuma cárie! Sem flúor! Certamente, sem açúcar. E sem cáries! Os americanos embriagados de açúcar da mesma idade do tenente japonês já perderam, em média, a metade de seus dentes. Por volta dos 55 anos um americano, em cada grupo de dois, já perdeu todos os seus dentes. A solução onde deitam suas dentaduras à noite é azulada como o açúcar.

The New York Times relatou, em 1975, que "44% dos escoceses acima dos 16 anos não têm mais dentes." O artigo observava que o serviço de saúde operado pelo governo escocês tinha estatísticas referentes a 1974, mostrando que 44% dos escoceses de 16 anos ou mais não tinham nenhum dente. Apenas 2% das pessoas pesquisadas poderiam ser consideradas dentalmente perfeitas. O relatório concluía significantemente que "a Escócia tem uma das taxas mais altas do mundo de consumo de açúcar: 60 quilos por pessoa, anualmente".

Nos números de fevereiro e agosto de 1973, a revista Esquire publicou dois longos artigos; um sobre dietas para perda de peso, outro sobre o alto custo dos tratamentos dentários, sem que fizesse uma simples menção à palavra açúcar - a maior causa da obesidade e da cárie. Num outro artigo escrito por um médico sobre as dietas para perda de peso, a palavra açúcar é mencionada exatamente uma vez para nos informar que "o açúcar é puro carboidrato". No artigo sobre as cáries, a palavra açúcar não aparece nunca. A Esquire afirmava que "os carboidratos são os maiores contribuidores para a ocorrência de cárie".

Os comedores de açúcar podem escovar seus dentes entre cada dentada e ir ao dentista três vezes ao dia, mas não escapam do sugar blues. A vanguarda da odontologia descobriu que o corpo e os dentes não são duas entidades distintas; os dentes são parte do corpo. Houve um longo período, durante o qual, os dentes foram considerados "órgãos inativos"; as cáries eram consideradas como um desenvolvimento local da superfície dos dentes. Os dentistas eram considerados como parceiros dos barbeiros, mecânicos, cosmeticistas, funileiros. Se um dentista falasse com seu paciente sobre qualquer coisa que não fosse a cárie e o material a ser utilizado na restauração, eles estariam penetrando no terreno guardado com ciúme pelos médicos.

Tudo isso acabou. Os pesquisadores provaram que os dentes estão sujeitos aos mesmos processos metabólicos que afetam outros órgãos do corpo. O corpo é um, em sua totalidade.

Adaptando uma técnica, desenvolvida originalmente para o estudo dos movimentos de fluídos no interior de órgãos como o fígado e os rins, dois pesquisadores da Escola de Odontologia de Loma Linda descobriram que mudanças sutis ocorridas na atividade interna dos dentes provocada pelo açúcar, pode constituir sinal de um posterior processo de cárie.

No relatório que apresentaram no Congresso da Associação Internacional de Pesquisa Dentária, realizado em Chicago, os Drs. R. E. Steinman e John Leonora demonstraram que a principal alteração provocada pelo açúcar é no movimento dos fluídos no interior dos dentes. Produtos químicos hormonais são levados da polpa ao esmalte, através de minúsculos canais localizados na dentina.

A resistência à cárie envolve a saúde do corpo inteiro: complexos processos psicológicos estão envolvidos na manutenção e na proteção da saúde dos dentes. Os dois pesquisadores descobriram que:

- Uma dieta rica em açúcar pode diminuir em dois terços a velocidade do transporte dos produtos químicos hormonais.

- Os dentes com uma atividade interna vagarosa têm uma alta incidência de cárie.

- Um hormônio secretado pelo hipotálamo estimula a secreção por parte da glândula salivar, ou parótida, de um segundo hormônio. Este segundo hormônio aumenta a velocidade do fluxo de fluído no dente.

- Uma dieta rica em açúcar perturba o equilíbrio hormonal e reduz o fluxo no sistema interno. Isso enfraquece o dente e torna-o mais suscetível à cárie.

- Dentes saudáveis são, normalmente, invulneráveis aos micróbios que estão sempre presentes na boca.

Quem quer se ver livre dos amistosos germes bucais, exceto aqueles loucos vendedores de preparados para a boca?

Adiando a primeira perplexidade do dia, em pé no banheiro, você poderia pegar um cigarro. Será que ele passa pelo teste? A mensagem do Surgeon General lhe informa que o cigarro é nocivo à sua saúde. Mas o risco de um homem pode ser a sorte de outro. A quantidade altera a qualidade. Qual é o problema? Algumas marcas de cigarros enumeram o conteúdo de alcatrão e nicotina. Mas qual tabaco é curtido com açúcar e qual não o é? Se você quiser um cigarro importado, sem açúcar, tem que se sujeitar a uma dupla taxação. Se você quiser enrolar seus próprios cigarros, compre tabaco importado e papel importado, sem produtos químicos ou salitre. Liberdade de escolha é uma farsa, se você tem que ser um especialista em tabaco ou mandar sua marca preferida para um exame de laboratório.

De volta ao banheiro, talvez você jogue fora aquele cigarro e pegue uma vidro de vitaminas. O governo, por um lado, nos informa que o cigarro retira certas vitaminas de nosso sistema. Por outro lado, ele nos assegura que não devemos nos preocupar, pois a dieta americana média fornece esses itens essenciais em quantidades abundantes. Por via das dúvidas, sem desenvolver um hábito pelas pílulas de vitaminas, toma-se algumas, de tempos em tempos. Como você pode saber quais delas são cobertas de açúcar? Os fabricantes são obrigados e enumerar todos os componentes no rótulo. Mas eles dizem se a pílula é ou não coberta de açúcar. Que deve você fazer? Perguntar à farmácia? Escrever ao fabricante?

Os aviões têm agora seções para fumantes e para não fumantes. No entanto, se você desejar algo para comer ou beber sem açúcar, pode trazer seu próprio lanche ou telefonar para a companhia 48 horas antes do vôo e pedir uma refeição dietética. Eu sempre quis experimentar, mas nunca pude ligar com tanta antecedência. Esse é um oferecimento que nunca pude aproveitar.

Apesar de toda a propaganda e toda a atividade em torno da escolha entre as companhias rivais, as viagens aéreas envolvem apenas uns tímidos 3% da população americana. Aqueles milhões de vôos envolvem, principalmente, a mesma pequena percentagem de público. As viagens em massa acontecem nas super-estradas, dentro dos automóveis. As super-estradas eliminaram completamente os pontos de piquenique, o barzinho de beira de estrada, o ponto de parada de caminhões e os restaurantes regionais com comida caseira.

0 faminto viajante motorizado é hoje um cliente cativo. Restaurantes oficialmente autorizados oferecem, com sua arquitetura padrão, menus similares, de costa a costa, do Maine à Califórnia. Vendem sorvetes em diversos e deliciosos sabores, embora - mais uma mentira - geralmente apenas três (baunilha, chocolate e um outro sabor esquisito) são realmente oferecidos; refrigerantes de todos os tipos, doces nas mais fascinantes embalagens que a imaginação poderia conceber, prontos para desencadear os gritos infantis. Se você espera se alimentar sem açúcar, encontra-se em maus lençóis.

É sempre a mesma velha estória. Pães de forma, francês e pastelaria, biscoitos e bolos, sonhos e waffles, panquecas e torradas, geléias e gelatinas, temperos e ketchup, vegetais e frutas, carne e batatas, sopas, tudo congelado, preparado, ativado com açúcar. Pela manhã, você pode querer dispensar o café da manhã pronto, já repleto de açúcar, em favor de um prato de mingau de aveia. Se for persistente, é possível que encontrem um pouco de mel para você, mas, mesmo assim, o mel pode ter sido filtrado e esticado com açúcar. O mingau é geralmente salgado, enquanto cozinha, e o sal também pode ter açúcar. Se dúvida, pode perguntar. Os feijões em lata são cheios de açúcar. O bacon é defumado com açúcar.

Quando corre os olhos pelo menu, escolhendo os itens menos prováveis de ter açúcar, você respira aliviado ao descobrir sopa de frutos do mar. Prende a respiração, esperando que a garçonete, com um sorriso de prazer, diga que está em falta ou que esta não é a estação dos moluscos. Se você está com sorte, pode negociar um prato de sopa feita com moluscos enlatados, vegetais cansados e não muitas outras coisas mais. Você se congratula por sua perspicácia. A sopa, como todo o resto, faz lembrar como as sopas de frutos do mar eram boas antigamente. Enquanto está na fila para pagar, descobre - entre outros produtos açucarados - uma prateleira cheia de sopas de frutos do mar, em lata. A sopa não é boa ao ponto de você levá-la para casa, mas você pega uma lata e lê o rótulo. Seu estômago embrulha... o primeiro ingrediente da lista é o açúcar que você estava tentando evitar. Mais açúcar que moluscos. Você foi passado para trás. A única saída possível é carregar seu café da manhã, seu almoço e sua janta.

Está na hora de voltar a usar marmita. Eu tenho uma velha, com uma garrafa térmica presa na parte de cima. Eu nunca mais entro num automóvel sem uma garrafa térmica e algo substancial que possa servir de ração de emergência. A última vez que viajei de costa a costa, descobri as maravilhas de uma simples ração de emergência chamada bolinho de arroz. Cozinhe uma panela de arroz integral não polido e deixe-o esfriar. Em seguida, pegue um pouco de vegetal marinho japonês, a alga nori, e passe-as sobre fogo alto, até que fiquem enrugadas e crocantes. Separe algumas ameixas salgadas umeboshi. Em seguida, mergulhando suas mãos numa panela com água fria e salgada, para que o arroz não se agarre a elas, faça bolinhos de arroz. Coloque meia ameixa no centro, enrole o bolinho na alga marinha tostada. Coloque cada bolinho de arroz dentro de um guardanapo e guarde-as dentro de sua marmita ou num saco de papel: Não embrulhe muito fortemente, porque um pouco de ar deve circular lá dentro. A ameixa salgada evita que o arroz fique verde, conservando-o por três ou quatro dias, às vezes mais, dependendo do clima. O envoltório de alga tostada evita que o arroz seque. Sempre que sentir fome, enquanto dirige, pegue um bolinho e ponha-o na boca, mastigando completamente por mais ou menos um minuto. Isso é importante para a digestão. A alga marinha absorve a umidade do arroz e faz com que ele fique macio e fácil de mastigar. A ameixa dá um gosto muito bom ao arroz. Sua viagem será excelente - e serena. A pessoa parece desenvolver um olho na nuca. Você dirige sem os altos e baixos ocasionados pela angústia da fome. E, mais importante de tudo, você se sente capaz de suportar as extravagâncias dos outros motoristas descuidados.

A carnificina que ocorre nas estradas americanas excede todas as mortes ocorridas em todas as guerras. A cada ano, apesar de todo dinheiro gasto com a segurança nas estradas, em construções, programas de educação de motoristas e com o policiamento, as mortes continuam a aumentar. As causas reais dos acidentes fatais são geralmente enterradas junto com as vitimas. Realizam-se estudos atrás de estudos. Radares, computadores e cientistas do comportamento têm procurado uma resposta. Apelos chocantes levados na televisão tentam trazer esses horrores à nossa sala de visitas. Bêbados regenerados nos fazem apelos no sentido de se tirar os motoristas bêbados das estradas. Nos feriados e férias os motoristas são aconselhados a deixar de lado o último gole e tomar uma xícara de café antes de começar a dirigir. Quantos apelos você já viu na televisão dizendo para se tirar das estradas os bêbados de açúcar?

Este tempo há de chegar. As coisas não podem ser indefinidamente jogadas para baixo do tapete. Em 1971, num dos estudos mais compreensíveis realizado sobre acidentes rodoviários, o Dr. H. J. Roberts, especialista em medicina interna, devotou mil páginas de texto e mapas numa tentativa de enfatizar o fato de que as pesquisas sobre as "causas" dos acidentes rodoviários devem ser completamente reformuladas. Falando-se estritamente, os acidentes recebem esse nome incorretamente. Um acidente é, simplesmente, uma ocorrência com causa desconhecida. O que acontece quando uma pessoa ultrapassa um sinal vermelho, atravessa um cruzamento sem olhar, anda na contramão, ultrapassa numa ladeira, entra numa curva em velocidade excessiva ou perde o controle do seu carro? Por que o motorista fez isso?(3)

Numa guerra, em acidentes de automóvel, num afogamento e em qualquer crise física aprende-se que uns poucos segundos podem representar uma eternidade, que significam a diferença entre sobrevivência e morte: a habilidade de reagir rapidamente, imediatamente e corretamente a qualquer ameaça ou perigo - é isso que se mede nos companheiros de serviço militar, nos motoristas de táxi, nos esquiadores, em alpinistas ou em qualquer atividade física perigosa. Esse é um dos mais importantes índices para se medir a saúde de uma pessoa. Quando se é realmente saudável, significa que se tem essa habilidade para reagir espontaneamente. Se você pisa fora da calçada numa rua de Londres, cidade estranha onde o tráfego flui no sentido contrário ao que você está acostumado, estando alerta, irá rapidamente perceber o erro. Se a montanha que você está escalando apresenta um risco, você rapidamente avalia os movimentos que lhe são possíveis. O mesmo acontece quando se dirige numa estrada.

Em seu amplo estudo, publicado em 1971, para o qual foram necessários diversos anos de pesquisa, Dr. Roberts concluiu que uma "significativa fonte" de muitos acidentes inexplicáveis é que "milhões de motoristas americanos sofrem de entorpecimento e hipoglicemia, ocasionados por um hiperinsulinismo funcional" Ele estima que, nos dias de hoje, existam talvez uns dez milhões de motoristas nessas condições, nas estradas americanas.

Em outras palavras, uma baixa taxa de glicose no sangue entope o funcionamento do cérebro, as percepções e as reações. Que provoca esta condição? A resposta do médico é: "0 aparente aumento da incidência de hiperinsulinismo e de narolepsia (ataques anormais de entorpecimento); durante as últimas décadas, pode ser atribuído às conseqüências do tremendo aumento no consumo de açúcar por parte de uma população vulnerável."(4)

Hoje, 1 entre 5 refeições são feitas, nos EUA, em restaurantes, onde ninguém é obrigado a dizer ao cliente, no menu ou em qualquer outro lugar, se puseram ou não açúcar em seu jantar.

Algumas pessoas podem suportar os únicos alimentos disponíveis nas super-estradas - o menu onde o açúcar está em tudo, dos estabelecimentos sempre iguais espalhados pelo país, mais o sorvete, a Coca-Cola, o café, o doce, o chiclete e a enorme coleção de confeitos açucarados, que se encontra à venda nos balcões de tais restaurantes. Outras pessoas não podem. Algumas pessoas, é claro, vão além do ponto que podem suportar. Eles nunca descobrem o que é mais do que o suficiente, e terminam hospitalizados, mutilados ou mortos.

O hiperinsulinismo, ou baixa taxa de glicose no sangue, pode, segundo Dr. Roberts, ser agravado por outros fatores. Um deles é a idade. Roberts cita uma série de estudos que demonstram que, entre quatro pessoas com idade avançada, três apresentam problemas no metabolismo do açúcar. Um outro fator que pode complicar as coisas é o amplo uso de medicamentos do tipo tranqüilizante e anti-histamínico, que têm uma marcante tendência ao entorpecimento. Combinar estas drogas com um forte hábito de açúcar pode ter um resultado devastador. Outro fator complicante é o álcool. Um ou dois drinques podem ser, em si, inocentes. O teste do hálito pode nos revelar apenas uma parte da estória. Com uma pessoa que tenha problemas com o metabolismo do açúcar, as coisas vão depender do tipo de bebida ingerida. Afinal, o uísque, a cerveja e o vinho contêm mais do que álcool. O teor de álcool varia muito. O álcool combinado com o açúcar contribui para a exaustão do cérebro. Ainda mais surpreendente é o fato de que muitos, se não todos os alcoólatras, são também hipoglicêmicos ou vítimas de hiperinsulinismo, pessoas que apresentam uma baixa taxa de glicose no sangue. Roberts cita outros estudos que demonstram que os alcoólatras apresentam uma taxa excepcionalmente alta de acidentes de trânsito mesmo quando estão sóbrios.

Se você passou tanto tempo quanto eu sem comer açúcar, aprendeu a detectá-lo através de seus simples sinais. Quando você come em um restaurante ou em algum lugar onde o conteúdo dos alimentos servidos está fora de seu controle, nem sempre o paladar é infalível. No entanto, se você se sentir sonolento após uma dessas refeições, pode ter certeza que havia açúcar ou mel em algum dos pratos. Diversas frutas, especialmente as frutas tropicais ricas em açúcar, me deixam sonolento. 0 mel pode acarretar o mesmo. Eu conheço uma senhora japonesa que, da primeira vez que veio aos Estados Unidos, ainda não havia provado o açúcar. Quando uma alma bondosa lhe ofereceu uma forma de pão integral, ela comeu um pouco do pão e, em seguida; adormeceu e perdeu seu avião. O pão era feito com mel - o que foi o suficiente para que aquilo acontecesse.

Para a segurança nas estradas Dr. Roberts sugere que os motoristas evitem glicose e sacarose. Em outras palavras, se você deseja ir e voltar, viaje sem açúcar. Eu estou livre do açúcar desde a década de 60; posso dizer que eliminei a sacarose refinada de minha dieta. A partir de então, vim a conhecer centenas de jovens que descobriram que as doenças ou a embriaguez por drogas ou açúcar tornaram-se uma porta para a saúde. Uma vez restabelecida a saúde, tínhamos em comum nosso interesse pelos alimentos. Se é possível usar a super batida expressão estilo de vida, nós repartíamos de um estilo de vida livre de açúcar. Mantive-me em contato com eles nas universidades e em comunidades, em suas viagens aqui, no exterior e por todo lado. Um dia você encontra com eles em Boston. Na semana seguinte, esbarra com eles no sul da Califórnia. Durante todo esses anos, com centenas de amigos constantemente viajando, conheci apenas dois que estiveram envolvidos em acidentes rodoviários.

Passou a ser para mim uma questão de honra investigar estes acidentes. Em ambos os casos, eles estavam dirigindo sozinhos. Um apresentava uma história de epilepsia. Ele se curara em dois anos, aderindo a uma dieta livre de açúcar, cheia de cereais integrais, vegetais, algumas vezes peixe e ainda menos freqüentemente, frutas. Ele se sentia tão bem que esqueceu de sua velha doença. Havia se passado um ano desde a última vez em que tivera um pequeno ataque. Quando foi visitar um velho padre em Boston, foi convidado para jantar - uma refeição traiçoeira, rica o suficiente para satisfazer os apetites de um arcebispo e culminada por uma sobremesa repleta de açúcar. Ainda que ele tenha evitado o vinho, apagou enquanto voltava para casa, dirigindo na estrada principal - um ataque epiléptico. O resultado do acidente foi ter suas duas pernas engessadas.

O segundo amigo envolvido num acidente rodoviário era diabético desde os dezesseis anos: Tomara insulina por dez anos. Através de tentativas e erros, bebida e maconha, aprendera o bastante sobre seu metabolismo para encontrar um regime que funcionasse. Desde então, conseguiu diminuir a insulina em mais da metade, aderindo só que um nutricionista quantitativo chamaria uma dieta rica em carboidratos, constituída basicamente de cereais integrais e vegetais. Antes que consegui-se esquematizar seu regime ideal, durante a época em que estava combinando insulina e maconha, ele apagou numa estrada secundária, na Califórnia, e bateu num barranco. A polícia rodoviária levou-o para um hospital. Quando descobriram um cartão escrito "Eu sou Diabético" em seu bolso, cassaram sua carteira de motorista.

Quando você faz um exame de direção, fazem com que estacione o carro de marcha-a-ré; é obrigatório um exame escrito, onde você demonstre sua capacidade de memorizar os regulamentos de tráfego. Um examinador vai com você no carro para ver se é capaz de frear, acelerar e outros elementos envolvidos. Sua visão é testada. Computadores acompanham suas violações no tráfego. Mas, até que os bêbados de açúcar sejam deixados de fora, a segurança nas estradas continuará sendo uma coisa para o futuro.

 

Referências:

1. Medical World News, 14 de janeiro de 1972, 16 de março de 1973.

2. "The Chinese Smoke Rings Around Us", New York Post, 2 de janeiro de 1974.

3. H. J. Roberts, "Sugar Unmasked as Highway Killer", Prevention, março de 1972.

4. H. J. Roberts, The Causes, Ecology, and Prevention of Traffic Accidents.